Sangrias por flebotomia, ventosas sarjadas e sanguessugas

atribuições técnicas das enfermeiras brasileiras (1916-1942)

Autores

  • Ricardo Quintão Vieira
  • Leila Maria Rissi Caverni

Palavras-chave:

História da Enfermagem, Cuidados de Enfermagem, Sangria, Sanguessugas

Resumo

Introdução: As sangrias são heranças da Antiguidade, comuns em tratamentos médicos e presentes no ensino de técnicas de enfermagem no Brasil. Objetivo: Descrever o ensino da semiotécnica de sangrias realizadas pelas primeiras enfermeiras brasileiras. Método: Pesquisa descritiva e histórica, baseada em cuidados de enfermagem, com recorte temporal de 1890 até 1949. Foram consultados livros e artigos de periódico desse período, abordando-se cada técnica de sangria. Resultados: Quatro livros, escritos por médicos e enfermeiros, indicaram que as alunas de enfermagem aprendiam a auxiliar ou a aplicar a técnica de flebotomia, ventosa sarjada e sanguessuga. A flebotomia era realizada de modo direto (venossecção) e indireto (por orifícios). A ventosa sarjada consistia na produção de feridas e extração por vácuo, utilizando-se aparelhos escarificadores. A sanguessuga era uma ventosa sarjada natural e viva, que demandava técnicas peculiares para colocação e retirada da pele, com muitas precauções. Conclusões: As sangrias consistiam em procedimentos rotineiros mas dolorosos e radicais para os pacientes. Além disso, traziam diversos riscos ocupacionais para as enfermeiras, seja pela exposição ao sangue, seja pela manipulação de animais vivos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

DePalma RG, Hayes VW, Zacharski LR. Bloodletting: past and present. J Am Coll Surg. 2007 July;205(1):132-44.

Whitaker IS, Rao J, Izad D, Butler PE. Hirudo medicinalis: ancient origins of, and trends in the use of medicinal leeches throughout history. British Journal of Oral and Maxillofacial Surgery. 2004;42:133-7.

Eldor A, Orevi M, Rigbi M. The role of the leech in medical therapeutics. Blood Reviews. 1996;10:201-9.

Turk JL, Allen E. Bleeding and cupping. Annals of The Royal College of Surgeons of England. 1983 Apr.;65(2):128-31.

Moreira A. A profissionalização da enfermagem. In: Oguisso T. Trajetória histórica e legal da enfermagem. Barueri: Manole; 2007. p.98-119.

Sandelowski M. "Making the best of things": technology in american nursing, 1870-1940. In: Hein EC. Nursing issues in the 21st century: perspectives from the literature. Philadelphia: Lippincott Willians; 2001. p.262-8.

Santos GF. O livro do enfermeiro e da enfermeira: para uso dos que se destinam a profissão de enfermagem e das pessoas que cuidam dos doentes. Rio de Janeiro: Difusão; 1916. p.247-91.

Vidal ZC. Technica de enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara; 1933. p.126-7.

Possolo A. Curso de enfermeiros.[Rio de Janeiro]: Freitas Bastos; 1939.p.225-31.

Reidt AV, Albano D. Técnica de enfermagem: enfermagem clínica. São Paulo: [Rossolillo]; 1942. p.155-6.

Edler FC. A Medicina no Brasil Imperial: clima, parasitas e patologia tropical. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2011. p.20.

Chalhoub S. Artes e ofícios de curar no Brasil: capítulos da história social. Campinas: Unicamp; 2003. p.12.

Burke P. Uma história social do conhecimento: de Gutenberg a Diderot. Rio de Janeiro: Jorge Zahar; 2003.

Downloads

Publicado

01-07-2015

Como Citar

Vieira, R. Q., & Caverni, L. M. R. (2015). Sangrias por flebotomia, ventosas sarjadas e sanguessugas: atribuições técnicas das enfermeiras brasileiras (1916-1942). História Da Enfermagem: Revista Eletrônica (HERE), 6(2), 234–248. Recuperado de https://periodicos.abennacional.org.br/here/article/view/324

Edição

Seção

Artigo original

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >> 

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.